Plano de paz. Zelensky discutiu "novas ideias" com negociadores dos EUA

A chamada telefónica realizou-se um dia depois de o presidente da Ucrânia ter apresentado os detalhes da nova versão do plano de paz dos Estados Unidos.

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: Stephanie Lecocq - Reuters

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou esta quinta-feira ao telefone com os negociadores norte-americanos Steve Witkoff e Jared Kushner sobre o plano de paz dos Estados Unidos para a Ucrânia.

"Foi uma conversa muito boa: discutimos muitos detalhes e boas ideias. Há algumas novas ideias sobre como alcançar a paz real, nomeadamente no que diz respeito a formatos, reuniões e, certamente, ao calendário", disse o presidente na plataforma Telegram.

"Discutimos alguns detalhes importantes do trabalho em curso. Existem boas ideias que podem contribuir para um resultado comum e uma paz duradoura", escreveu numa publicação na rede social X.

O líder classificou a conversa como “muito boa” e agradeceu aos negociadores dos EUA a “abordagem construtiva, trabalho intensivo e palavras amáveis”.

“Estamos realmente a trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, para alcançar o fim desta guerra brutal da Rússia contra a Ucrânia e garantir que todos os documentos e medidas sejam realistas, eficazes e confiáveis”.

"Espero que os acordos concluídos hoje por ocasião do Natal e as ideias que discutimos se revelem úteis", acrescentou.

A conversa contou também com os negociadores ucranianos que, segundo Zelensky, estão “a dar o seu melhor”.

A chamada telefónica aconteceu depois de, na quarta-feira, o presidente ucraniano ter revelado os detalhes do novo plano americano de 20 pontos para pôr fim à guerra iniciada pela Rússia.

O texto prevê um congelamento da frente nas linhas atuais, sem oferecer nenhuma solução imediata para a questão dos territórios ocupados pela Rússia, que representam mais de 19 por cento da Ucrânia.

Ao contrário da versão original deste documento, redigida pelos americanos, a nova versão não inclui as duas principais exigências de Moscovo: a retirada das forças ucranianas do Donbass e o compromisso de Kiev de não aderir à NATO.

É, por isso, improvável que a Rússia concorde com o plano. Na quarta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou que Moscovo estava a "formular a sua posição" e recusou-se a fornecer mais detalhes.

c/ agências
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